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Na gare do sono, há um lugar,
nem cá, nem lá,
com um pé no degrau,
outro no patamar…
Lá em baixo, na viela
as galinhas disputam as ginjas velhas,
lançadas à terra, por ser tempo de lavar o garrafão
Doidas, doidas, doidas!
No quintal, onde o limoeiro verga os ramos
ao peso do castigo,
São pedras em vez de fruto,
e do outro lado do muro,
Tanta laranja madura
Tanto sumo de limão
Porquê,
Tanto sangue derramado
que deita o meu coração,
Pela escada acima, no terraço, o vento sopra e seca.
Roupa lavada e fraldas coradas ao sol, mas
Quem rasgou os meus lençóis de linho,
meus tão castos lençóis?
Depois das alturas, ainda para lá dos anjos e santos,
Com deus me deito
Com deus me levanto
Muito além do céu escuro, começa o vórtice,
a voragem,
sorvedouro de tudo,
que torna tudo uma só coisa com sentido.
Os copos de licor, o limão partido em dois,
a Teresinha, enrolada nos lençóis do Camilo,
a descer as escadas, a cair ao chão,
as galinhas, doidas, doidas, doidas e bêbedas.
Voam alto, tão alto, como o condor!
… onde se decide partir ou ficar!
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