Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Assim como quem salta de poldra em poldra só por distração, (talvez nem tão ingénuo seja o divertimento) vou rolando comentários, sem conseguir alcançar margem nenhuma. A nascente era clara, mais do que evidente me pareceu a intenção de louvor. Como é que de um límpido riacho, se faz um imenso lamaçal?
Mas o que é isto?
Chega o turista, vê e gosta, prova e aprova, sente-se bem. Ao partir, resolve dar ao mundo conta do seu agrado, e partilha postal a condizer. Até aqui não há novidade, e podia sair bem na fotografia, não fosse o percalço de lhe juntar a legenda fatal. Bem sei que por estes lados para irritar um conterrâneo, basta que o forasteiro bem intencionado, lhe gabe a terra ao dizer que esta é a "outra" Portuguesa, mas será caso para tanto?
O comentador número um, logo tira da manga a réplica tradicional e sem mais nem porquê, manda inverter a ordem – Que seja "a outra" a nossa Italiana! Ainda vem brando e a medo, mas como na corrida do comentar e asnear, o mal vai de começar, está dado o sinal de partida, para que se soltem as feras. Ele é tudo e mais um queijo, sem propósito nem cabimento algum. Do arrastar das obras à razia das árvores, do João Afonso a caminho de ser apeado ao Soldado arredado no pedestal, ainda cabe o buraco da capela a par com a buraqueira infinda para dar lugar ao estacionamento. Pelo meio, alguém alerta para a má imagem e triste figura, mas já não há quem se importe com a origem do protesto. O importante é protestar. Nem a explicação da alergia ao slogan, por remoto braço-de-ferro entre a Propaganda e os locais, consegue mais do que um par de corações. Segue a rusga para o cinema que já não é, nem há, mais a cor da fachada que desagrada, entre o presidente abaixo e acima e os varredores a faltar, um desvio para o património que se deixa cair, o mal das licenças mal passadas, os horários da insónia, até os engarrafamentos no canal, e assim por diante, mais e mais, até fartar. O rol completo do livro de reclamações, em resposta a um elogio.
Mas o que é isto?
Dizem que é assim mesmo, são as redes, o melhor é não ligar. Quase me escorrega o pé em algum seixo limoso. Digo de mim para mim, se esta é a rede, melhor será rever os nós.
Encontrei-a acidentalmente. Estava perdida no temporal dos comentários e encharcada de risos e sarcasmo. Tempo instável dificulta a interpretação dos sinais, e de noite cresce o medo. Procurava abrigo sem perceber que o desnorte era geral.
Foram necessários poucos minutos e nenhum paternalismo, para lhe estender um agasalho. O que custa partilhar um guarda chuva?
Reencontrei-a nos pedidos de MP. Tinha-me enviado uma imagem de São Roque acompanhada de uma frase em jeito benção.
Agradeci com sinceridade.
Desde esse dia que me presenteia, frequentemente, com gatos fofinhos, ramos de flores a piscar brilhos, velas tremeluzentes e imagens da Senhora de Fátima…
Tudo agradeço com sinceridade.
Nada mais sei da pessoa que é a A. M. Adivinho-nos completamente distintas, não somos amigas mas somos nós da mesma rede.
É o que basta!
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.