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Borbulha como poção mágica, fazendo tremer o caldeirão. Defendo-me a custo: na mão esquerda, o testo como escudo, à direita a espada de pau…
Eram danados para engendrar artimanhas. Nos primeiros dias, era juntar o risco de ser apanhado em flagrante com a falta de consistência; nem pensar! Lá pelo meio da semana, já se podia inclinar a malga e deixar que deslizasse inteira. Depois, era só pegar na navalhinha de capar grilos, e cortar-lhe a curva por altura do pólo sul. Logo ali e sem demora, a dividiam entre si, para que se derretesse na boca, enquanto remediavam o desfalque. Voltava tudo ao seu lugar, sem que ninguém desse por nada. Ao outro dia, se tornava a fazer sol, lá estava a tentação debruçada no peitoril da janela providencialmente aberta, a desafiar a gula. Mais uma volta e mais um paralelo era subtraído à socapa. Por essa altura, o hemisfério ficava reduzido a pouco mais que um disco delgado apoiado por uma rudimentar, mas eficaz, estacaria de gravetos. Aconchegada no seu lençol de seda perfumado a aguardente, muito composta, como se intocada por mãos tão gulosas como matreiras, a marmelada continuava a secar ao sol.
…Valha-me Deus, que horas são estas?!
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