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Vigília

por esquisita, em 15.02.23

 

Na gare do sono, há um lugar,

nem cá, nem lá,

com um pé no degrau,

outro no patamar…

Lá em baixo, na viela

as galinhas disputam as ginjas velhas,

lançadas à terra, por ser tempo de lavar o garrafão

Doidas, doidas, doidas!

No quintal, onde o limoeiro verga os ramos

ao peso do castigo,

São pedras em vez de fruto,

e do outro lado do muro,

Tanta laranja madura

Tanto sumo de limão

Porquê,

Tanto sangue derramado

que deita o meu coração,

Pela escada acima, no terraço, o vento sopra e seca.

Roupa lavada e fraldas coradas ao sol, mas

Quem rasgou os meus lençóis de linho,

meus tão castos lençóis?

Depois das alturas, ainda para lá dos anjos e santos,

Com deus me deito

Com deus me levanto

Muito além do céu escuro, começa o vórtice,

a voragem,

sorvedouro de tudo,

que torna tudo uma só coisa com sentido.

Os copos de licor, o limão partido em dois,

a Teresinha, enrolada nos lençóis do Camilo,

a descer as escadas, a cair ao chão,

as galinhas, doidas, doidas, doidas e bêbedas.

Voam alto, tão alto, como o condor!

… onde se decide partir ou ficar!

 

 

 

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