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O tom neutro que usou para repetir "elefante", deu a entender que a resposta não correspondia ao esperado.
Depois de desenrolado o tapete sobre a terra batida, é aí que se concentra o foco de luz e só resta estender o corpo ao mirabolante número. Empurrada pela força bruta, a assistente rola uma, duas, três vezes. As vezes que forem necessárias e suficientes para que não restem dúvidas da desproporção. Depois sossega o reboliço, que à exaustão convém uma certa elegância.
Pára a música, rufam os tambores: O desmedido peso multiplica a sua altura, como uma torre que se ergue pela vontade do braço do domador. Alarga-se o disco de luz para iluminar a prodigiosa dimensão. Lá em baixo aguardam inquietas, as frágeis entranhas da assistente.
Batem os pratos: Tomba o braço do domador, assinalado o local onde se deve reconstruir o edifício na sua forma natural. Entre quatro colunas de pele espessa e dura a assistente sorri.
Acendem as luzes, retoma a música: Aplausos à assistente que arriscou as tripas, aplausos ao domador que lhas poupou, aplausos à criatura que tão virtuosamente imita o elefante.
Acabou a sessão. O elefante foi devolvido à selva. A assistente também. É lá que vivem os dois. Ou será só um? Já não me recordo...
Mas porque é que não disse golfinho, ou cão, ou mesmo abelha! Custava alguma coisa?
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