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Pede, Alguma coisinha, pra comer. Alguma coisinha, será dinheiro? Pode mesmo ser, alimento, que é pra matar a fome…
Tenho desconfianças de que não me orgulho. Desgosta-me a sobranceria de quem pode, abomino a humilhação de quem pede. Não escondo nem emendo, sou gente banal. Dinheiro, não! Mas o alimento não se nega, nem eu.
Sítios ou horários pouco próprios, em busca de uma refeição, já me levaram a situações caricatas. Desta feita, Um hambúrguer, se puder ser! estava ali a dois passos. Alguma coisinha, pode ser um pão com carne picada, por que não? Nunca comi, não sei a que sabe, também não sei o sabor, que é a fome. Sabe ela, mais que eu.
E nisto, inesperado, Como te chamas? À resposta do meu nome, junta quem é, Eu sou a… e mais me diz, sem que pergunte: da mãe, dos nove irmãos, da rua, do frio e do cartão, da fome… a vida toda a justificar um hambúrguer.
Já se me inverte a corrente do sangue. Posso ser crédula, posso ser fraca.
Eu posso, ela pede…
Pede para comer e aceita o que lhe derem.
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