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A propósito do fim que as coisas levam…
Quando era próprio nomear animais segundo os rios e guardar para as pessoas os nomes próprios de gente, já se sabia que Pardelhas, não era o mesmo que Tejo, Sado ou Mondego, por não constar no rol dos principais, nem sequer dos afluentes em qualquer das margens, que deviam, por esses tempos, estar prontos na ponta da língua, para apresentar a revista escolar. Contudo, soava a muito bom nome, para muito grande vontade.
Assim se pensava, quando se deu o caso de ser necessário ir buscar o Pardelhas a Setúbal, dizia a memória, mas a verdade manda que seja, a Viana. É claro que ninguém disse que ia buscar um cão e a raridade do facto, só por si, deveria ter dado origem a uma cabazada de questões cheias de curiosidade. Ninguém disse, ninguém prometeu, e de tanto se desejar talvez nunca se tenha sequer chegado a pedir, confiando na adivinhação dos desejos. Se não se perguntou foi para não estragar a surpresa de fazerem surpresa. Para acreditar que fosse, era preciso não perguntar e esperar.
Foi-se buscar o Pardelhas, e na verdade foi ele que trouxe alguém amarelo, descomposto e culpando tintas e graxas, cheiros de coisa nova em folha, por não se ter aguentado ao balanço. Mas onde está ele? Na Gafanha, amanhã levo-te lá!
O Parelhas não era um cão. O cão só veio mais tarde, e chamaram-lhe Nero, que até é nome de gente, ainda que mais próprio que o Tiago da vizinha.
…alguém me veio contar, que está a apodrecer junto a uma das milhentas ilhas que o Chile tem.
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