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Contas-me coisas simples, que só sei complicar...
Caiu ao poço, de pouca água gelada, um menino inquieto a experimentar. No fundo do medo encontrou a lembrança do recado e da avó. Não grita pelo frio nem pelo susto mas chora baixinho no escuro, porque ter caído no perigo descuidado.
Fora do poço, falta o menino que a avó tinha avisado e que busca sem sossego e sem saber onde encontrar.
Onde estará o menino? Chama por ele aflita e sem resposta, que o menino bem a ouve mas não a quer ver zangada. Sem descanso, não desiste de o achar. Onde estará o menino? Descobre-o no fundo do poço, onde não devia estar!
Não se zanga a avó, que é maior a aflição. Anda longe, tão longe que só pode tardar, quem lhe possa valer nesta hora.
Então, salta ao poço a avó que nunca lhe vai falhar porque sozinho não se aguenta o menino, e a vida é para guardar.
Juntos no frio do poço, abraçados na escuridão, a avó canta para espantar o medo embalando o menino em oração. Unidos cantam os dois, como quem chama pela luz, tentando enganar o medo com a esperança que demora.
Chegam, pela hora do almoço e não há o que almoçar. Faltam o menino e a avó. Onde podem eles estar? Mas antes que se levante o alvoroço, ouvem o poço a cantar e tudo acaba bem porque logo correm para os ajudar.
...passou o poço e o tempo e a avó volta a saltar. Foi só salvar um menino e não deve demorar.
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