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Um dia hei-de nascer mãe, de madrugada. Imagino Ontem não era, Hoje sou, mas quando? Exatamente quando? E continuo a imaginar, de preferência domingo, dia santo de guarda, conforme o preceito, dispensando trabalhos longos ou pesados. Ainda que a crendice pendure no céu minguante demorado, terei pressa. A ideia faz-me recuar dez luas. Será aí? Torno a avançar, a luz não tarda, e já não é pressa, é urgência de amanhecer. Quando for, há-de ser já e sem demora, não me venham, nessa hora, recomendar calma por não ser assim que acontece. Para mais, sendo viagem inaugural, é esperado que me andem as entranhas em afanosas bolandas. Não quero contrariar ninguém, mas prevejo ficar fora do coro, sem tenebroso relato da tormenta, nem crónica que entre as demais me enalteça, para atemorizar as vindouras. Força, conto necessitar mais que muita, mas não mais do que a possível. Ouvirei então o meu nome alterado e responderei por ele duvidando, Sou? Depois, se acharem o caso estranho, que me ponham debaixo de olho, em retiro vigiado, junto de outra qualquer ocorrência excecional. Talvez alguém que seja já, alguém que saiba ser mas não queira mais e por isso recuse colo, deixe chorar. O que fará gente estranha ao meu sonho, senão for para me acordar? Sou!
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