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É dia de agradar. Hoje escolhi o polvo. Acontece que o raio do animal, para se deixar amaciar, é cheio de preceitos: cozer com cebola, juntar rolha na cozedura, dar-lhe com um pau, aplicar o rolo da massa, congelar, água a ferver, não juntar água, não juntar sal, picar com palito e, aquele que me parece mais apetecível mas que ainda não tive coragem para tentar, centrifugar na máquina de lavar roupa.
Não é fácil escolher entre tantos conselhos que garantem, por experiência dos mais variados conselheiros, o sucesso de um prato em que o cozinheiro se esforça, por todos os meios, para ser bem sucedido, mas que não tem a menor intenção de provar.
O polvo é um daqueles alimentos que faz parte da minha interminável lista de esquisitices alimentares. Não me permitem dizer que não gosto
"Pois se ainda nem provaste! "
Mas eu, que com a idade vou perdendo cada vez mais certezas, agarro-me, com unhas e dentes ao que tenho como certo
"Nunca comi, não gosto! Não gosto, não como!"
"...só para provar, está uma delícia!"
Tal como as crianças pequenas,
"NÃO!"
Depois dizem-me que não sei o que perco, que sou só pele e osso. Aprendi a amaciar o polvo mas continuo a ser um osso duro de roer. Não importa, sabem que me dá satisfação vê-los comer e hoje é dia de agradar!
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