Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Agrada-me este plano nivelado onde as pessoas voltam a tomar conta da rua sem se sujeitar às margens. Gosto, quando pernas e rodas valem igual. É bom desacelerar, ter vagar para olhar nos olhos, reconhecer, sorrir, cumprimentar… Mas quem será este homem inquieto e saltitante, a acenar, que se atravessa imprudente, à frente do carro? Tenha calma, senhor, eu já o vi! O melhor é parar, antes que me entre pelo parabrisas adentro! Deve ser conhecido, certamente, porque me chama pelo nome, mas quem será? Espera aí, este é o… este é o … como é que ele se chamava?...É o Stunga*!
A partir daqui, poderia relatar uma agradável conversa, do breve reencontro de dois colegas de outros tempos, não fosse o caso de nesta cabeça, onde coexistem tantos tons de pensamento , se ter sobreposto uma voz muito estridente e acirrada:
NÃO DIGAS, STUNGA! NÃO DIGAS, STUNGA! NÃO DIGAS, STUNGA! NÃO DIGAS, STUNGA! NÃO DIGAS, STUNGA! NÃO DIGAS, STUNGA! NÃO DIGAS, STUNGA! NÃO DIGAS, STUNGA!
De forma que, daquilo que se falou, não tenho memória de praticamente nada, exceto de uma frase solta, já após a despedida: "Ainda te lembras da alcunha que me deram?"
*Mao Tsé-Tung > S'tung > Stunga > Stunguinha, para para os mais ácidos
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.