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Vamos dizer que bolos, são só lambarices, que abrem buracos nos dentes e fazem bichas nas tripas. Vamos fingir que isso dos bolos é tudo a mesma coisa e que de onde vêm ou quem os faz, pouco importa…
Contorna o balcão, para acompanhar até porta, e mais uma vez, felicidades e cumprimentos à família. Serão entregues. É uma simpatia, este senhor, todo ele cuidados e atenções para satisfazer a freguesia da sua, bem conceituada pastelaria.
Vai a caixa mais o bolo, pelo caminho, equilibrada com mil cuidados e ovos frescos misturados no açúcar branco, na alva farinha fina, manteiga derretida. Tudo na conta, peso e medida, que a perícia do pasteleiro, sabe transformar numa delícia.
Era o primeiro, sem o ser. Da pastelaria, já se provou a qualidade e lá se satisfez a gulodice, muita vez. Para este fim era o primeiro e terá um gosto estranho a coisa estranha, vai enrolar na boca, vai arranhar na garganta, já o pressinto!
Ao chegar a casa, sai o prato do armário, o de sempre, de porcelana com flores pintadas e estende-se a toalha do costume, bordada com flores iguais, e tudo o mais, que se junta em cima da mesa, à volta do bolo, que é o centro.
Tudo é tão igual e tão diferente!
Todos são os mesmos, mas não todos.
Elogios às rosas de açúcar e pérolas prateadas, às amêndoas finamente lascadas e os parabéns ao nome em arabescos de chocolate. Uma beleza!
Já nem os bolos são assim… Nem nunca o bolo assim tinha sido, porque era o primeiro e terá um gosto estranho a coisa estranha, e está na hora de provar que bolos são só lambarices…
Mas que tem o bolo?
Tem tudo, é muito doce, muito bonito! É altura de fingir que isso dos bolos é tudo a mesma coisa… sabe muito bem… só não tem o calor do forno, nem gosto das mãos da minha mãe.
Era o primeiro, e mal o provei, já o sabia, não passa na garganta!
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