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Quando cheguei lá cima, a porta estava aberta, mas ninguém para me receber. Já lá vai o tempo em que fazíamos cerimónia. Fui entrando. Na sala, nada, na cozinha, ninguém, na casa de banho bati, sem resposta. Com os estores corridos e a luz apagada, só podia estar no quarto.
– Estás doente!? – perguntei.
– Hum, hum!
– Sentes-te bem? – para confirmar.
– Hum!
– Estás chateado?– silêncio.
Vou às apalpadelas até à cama, e não é que o homem estava enfiado por debaixo de cobertores e lençóis, todo vestido. Calças, sapatos, camisa e gravata já com duas voltas ao pescoço, enrolado como um recém nascido contrariado para nascer.
–Anda cá, que te dou mimo! – nem sequer se mexeu.
Está bem assim, amuar também faz falta.
– Mas olha que é um passo atrás e dois à frente! – nada.
– Tu ouviste!!!?
– Hum!
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