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Dar à bomba para fazer a água correr na bica até que se encha o tanque, é motivo de disputa. Mães e avós, não querem guerras nem se metem ao barulho. Arranjem maneira de se entender, procurem forma de compartir.
Não vem ao caso o argumento da posse, já que a bomba não é de ninguém e ainda que fosse, serve a todos. O mesmo se aplica ao baloiço. Só há um, tem que ser partilhado, quer seja com irmãos, amigos, vizinhos, ou mesmo com o desinfeliz que resolveu usar a ferramenta do pai para fazer melhoramentos no outro baloiço e o deixou sem préstimo algum.
A solução tem que estar para cá de Roma, ou passa-se a manhã toda à batatada e ninguém dá à bomba. Em acordo corriqueiro, establecem-se duas condições: esperar a vez – não é necessário fazer fila, basta dizer primeiros, segundos e por aí adiante – e não demorar mais que o razoável.
A água vai correndo da bica para alagar o tanque.
Então chega a vez de alguém que por pirraça, manda o combinado às urtigas. É a sua vez, está no seu direito e dali não sai sem antes secar o furo ou desengonçar o baloiço de tanto se abanar.
Há sempre um mete-nojo qualquer que consegue sentir tão grande satisfação em dar à bomba como em impedir que os outros o façam.
À tarde, depois da roupa lavada, todos tomam banho na barrela.
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