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Tanto quanto eu,
raparigas,
e eu só rapariga ainda,
não,
tinham já conquistado,
pela força do trabalho,
o nome de mulher,
As Mulheres da Seca!
Tão iguais e tão diferentes
fomos e somos,
mulheres!
Ai, como eu gosto desta franqueza que não se inibe de satisfazer a curiosidade!
Dizem que é do povo e não tem maldade…
Ao fim e ao cabo, se a gente tem olhos é para ver!
E a boca foi feita para perguntar, então não é?
Se depois de se medir de alto a baixo e tirar comprimentos e larguras um ror de vezes, ainda sobram dúvidas, há que pôr a coisa em pratos limpos.
Ouça lá, ela é sua mulher, ou é sua empregada?
Eu até já tinha a resposta engatilhada, era só darem-me corda!
Sou escrava! Fui comprada na feira, junto com uma galinha gorda e um raminho de hortelã!
…mas a mim, ninguém perguntou nada e eu nem gosto de canja!
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